Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Um teste cego marcou a aula da disciplina de Empreendedorismo e Inovação para os estudantes do 1º ano dos Itinerários Formativos do Técnico em Design Gráfico e Técnico em Informática durante as aulas da professora Graziela Hansen. Em grupos, eles precisaram criar um formulário com perguntas para aplicar nos colegas, com o objetivo de entender as escolhas de cada um com relação às bebidas trazidas para o teste cego.

Cada grupo trouxe um tipo de bebida como refrigerantes de cola, suco concentrado de laranja, suco em pó de limão e água de coco. A mesma bebida, mas de três marcas diferentes. Os demais colegas experimentaram as bebidas e tentaram adivinhar suas marcas, além de responder ao questionário.

A mesma proposta foi aplicada nas aulas, mas com objetivos diferentes. Na turma do Técnico em Informática, além da compreensão do “P da Promoção”, ferramenta utilizada em estratégias de marketing, e o que é branding, eles irão organizar os dados coletados em um banco de dados. Já os estudantes do Design trabalharão em outro foco, mais voltado para a marca, as cores e a logo das empresas. 

Saiba mais - teste cego:

O teste cego é uma prática pedagógica valiosa nas disciplinas de empreendedorismo e inovação, pois oferece aos alunos uma oportunidade de aprendizado prático e experiencial que vai além das teorias e conceitos. Este método envolve a avaliação de produtos, serviços ou ideias de maneira imparcial, sem que os participantes saibam detalhes sobre a marca ou o produtor, permitindo que foquem nos aspectos essenciais e qualitativos das ofertas analisadas.

No teste cego, os alunos precisam focar nas qualidades intrínsecas de um produto ou ideia, como sabor, funcionalidade, design ou desempenho. Isso ajuda a desenvolver habilidades analíticas, pois eles precisam identificar pontos fortes e fracos de forma objetiva, sem influências externas, o que é crucial para futuros empreendedores e inovadores que devem avaliar produtos de forma crítica antes de lançar algo no mercado.

Os alunos podem validar suas ideias como empreendedores antes de investir recursos nelas. Ao experimentar o teste cego, os alunos aprendem a importância de obter feedback realista e imparcial de clientes potenciais. Eles veem, na prática, que preferências e opiniões dos consumidores podem diferir substancialmente das percepções de marca ou marketing, e que essas informações podem ser cruciais para ajustar e melhorar suas propostas de valor.

O teste cego coloca o aluno na perspectiva do consumidor, o que ajuda a desenvolver a empatia e o foco no cliente. É um exercício para que os estudantes percebam como o público realmente reage ao produto. Em um cenário de inovação, essa experiência é importante para que eles aprendam a se colocar no lugar do consumidor e entendam como os produtos podem impactar a experiência do usuário.

Este tipo de atividade revela que muitos julgamentos são baseados em preconceitos de marca e marketing. Para os alunos, isso é uma lição sobre o quão perigoso é basear decisões de negócios em suposições e expectativas. Eles aprendem que o consumidor pode preferir um produto que, objetivamente, apresenta melhor qualidade, mesmo que seja de uma marca menos conhecida ou com menos "glamour". Essa lição é fundamental para empreendedores, que precisam tomar decisões informadas, fundamentadas em dados e observações reais.

Outro ponto importante desta atividade é que ela desafia os alunos a pensar de maneira criativa para superar as limitações impostas pelas marcas e conceitos pré-estabelecidos. Isso é essencial para desenvolver uma mentalidade inovadora, pois ajuda a entender que, muitas vezes, o consumidor se importa mais com a utilidade e a experiência do que com o nome por trás do produto.

Por fim, o teste cego ensina que, em um mercado competitivo, a qualidade real é o que pode fidelizar o cliente e diferenciar uma marca. Esse é um ponto crucial para empreendedores, pois o teste cego ajuda a entender que o objetivo principal deve ser entregar um produto ou serviço de alta qualidade e valor para o cliente, independentemente do nome da marca.

Ao aplicar o teste cego em sala, o aprendizado dos alunos vai além do conteúdo acadêmico e envolve a percepção de como o consumidor final pensa e sente diante de uma experiência de consumo.