SEXTA-FEIRA SANTA
- Categoria: Mensagem da Pastoral
- Data: 10/04/2020 00:00
O sol sumiu e o céu escureceu. Houve trevas sobre a terra no final daquela tarde. E alguém registrou que o véu do santuário se rasgou ao meio. Era como se a terra, os elementos da natureza e os sinais da fé todos estivessem sendo estilhaçados. Um homem justo foi crucificado e a morte maldita se abateu sobre ele. Quando suas últimas forças se esvaíam, ele ainda conseguiu gritar: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! Dito isto, expirou. O relato de Lucas traz detalhes desta sexta-feira de morte e cruz, mas ainda assim é terrivelmente direto, sem nenhuma redução da crueldade que acabara de acontecer. É chocante e mexe com qualquer pessoa, seja de fé ou não. Este fato - corriqueiro para os soldados do Império Romano - ganhou uma centralidade inusitada na história da fé cristã a partir do testemunho das discípulas e discípulos de Jesus. A impressão que fica ao
reler este evangelho a cada semana santa que nunca conseguimos nos apropriar de toda a dimensão do que ele significa. Jesus na cruz morre. Deus morre. Como pode ser isto? Que loucura! A cruz é o centro de nossa fé. Se não nos confrontarmos com esta cruz da desgraça e da crueldade de um sistema corrupto, não entenderemos o que virá depois, a retomada da esperança e a alegria da Ressurreição.
Semente de Esperança – 2020