Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Gosto de ler poesia e me encanto com poetisas e poetas. É gente especial que sente na carne e no verbo a intensidade da vida, suas contradições e suas promessas. Sintonizam com o sentido da vida e da nossa existência frágil neste mundo, às vezes, feliz e prometedor, outras, traiçoeiro, vil, permeado por injustiças e violências de toda ordem. Em meio às agruras do dia a dia, vale a pena consultar, então, a boa poesia de Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado ou Cecília Meireles. Um poema de Fernando Pessoa me impactou e ainda ressoa na memória:

"Para ser grande, sê inteiro:

nada Teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és

No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda

Brilha, porque alta vive”

Se há uma marca da vida cristã, esta pode ou deveria ser tal integridade, tal inteireza de ser, aprendendo a "por quanto somos, no mínimo que fazemos". Nas palavras de Jesus, aprender a dizer sim, quando é para dizer sim. E não, quando a hora o exige e a verdade da vida está em jogo. Nestes tempos sombrios para o nosso sofrido povo, a diferença entre o sim e o não se torna critério para avaliar pessoas e situações. Como no poema de Vinícius de Moraes, o Operário em construção, quando o trabalhador aprendeu a dizer não, começou a sua caminhada de libertação.

Semente de Esperança 2019