Os bonecos que não fizeram parte da infância
- Categoria: Educação Básica
- Data: 02/03/2017 00:00
Ivoti – Durante a semana os alunos da 2ª série do Curso Normal estão realizando uma exposição de bonecos confeccionados por eles durante as férias e a proposta da professora Raquel Dilly Konrath foi inusitada. Com a ajuda da família, os estudantes deveriam criar bonecos que fujam do padrão. “Juntos nós analisamos os perfis de boneco existentes, que seguem sempre um ideal, mas excluem crianças que não seguem esse padrão. Por isso a proposta era valorizar exatamente esse padrão”, relatou a docente.
Deficientes físicos, afrodescendentes, atletas paraolímpicos e muitas outras minorias foram retratas pelos alunos. Para que o trabalho ficasse o mais dentro possível da realidade de crianças com limitações e outras características que as diferenciam, tudo precisou passar por uma pesquisa. O estudante de 16 nos, João Klein desenvolveu uma boneca afrodescendente e feminista. “Primeiro pensei em fazer um boneco com deficiência, mas muitos colegas falavam em fazer. Assim, me inspirei na militante Djamila Ribeiro para criar uma boneca negra, africana e feminista”, destacou.
A estudante Thaís Fernanda Metz, 16, fez uma cadeirante, pois lembrou de uma aluna de uma escola onde estudou que tinha essa dificuldade de locomoção. Ela contou com a ajuda de uma costureira para a parte mais geral, a mãe ajudou nos detalhes e o pai na construção da cadeira. Fernanda Fermino, 16, trouxe uma boneca inspirada na história Menina Bonita do Laço de Fita e também uma descente alemã. Além da vizinha, Fernanda teve ajuda de tutoriais da internet. Mesma situação da Pâmela Sofia Meine, 16, que fez uma bailarina cadeirante. “Pensei na questão da superação. Sou bailarina e vi na televisão a história de uma menina que dançava e perdeu os movimentos das pernas em um acidente, mas não desistiu”, disse.
Para muitos ter tarefa da escola nas férias pode até parecer estranho, mas a turma do Curso Normal já está bem acostumada com isso. “A rotina do professor não acaba no fim das aulas. Com essas atividades das férias, também vamos aprendendo a inovar e estar sempre pensando em coisas novas”, avaliou Fernanda.
Departamento de Comunicação Instituto Ivoti – Vanessa Pustai