Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Filhos e filhas que nascem na nova terra tem uma carga dupla: seguir a tradição da família e, ao mesmo tempo, se integrar no país onde nasceram ou cresceram. Eles e elas têm seus vínculos no país de adoção, é a realidade que conhecem. As raízes do pai e da mãe não são necessariamente as suas, mesmo que dominem perfeitamente o idioma materno e conheçam a cultura do país de origem. É como andar na corda bamba entre dois mundos. Muitos jovens se definem como 50% de um país e 50% de outro. Na minha opinião, eles são 100% os dois. Para mim, a fórmula é não ter de escolher entre um e outro. É ter consciência de que, tanto no país de origem como no país de residência, somos uma pessoa inteira. Com o tempo a gente se identifica mais com um ou outro e se sente mais em casa aqui ou lá. Mas os dois mundos convivem dentro de nós. Assim como Abrão se estabeleceu na terra prometida sem esquecer ou negar sua origem, assim nós também podemos carregar os dois mundos no coração e na mente. Em algum momento teremos de escolher onde terminar nossos dias, mas isso nunca vai significar o abandono do que deixamos de escolher. Nesse sentido, gosto muito da letra de uma canção de Sá e Guarabyra, que deixo com vocês: Meu lar é onde estão meus sapatos, um pouco em cada cidade e lugar.

Semente de Esperança 2021