Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Caminhar pelas ruas de Porto Alegre nos faz perceber a correria que nos envolve. Além da correria nos defrontamos com rostos, mais um na multidão. tantos que nunca vimos e quem sabe nunca mais vamos ver. Somos Numa dessas, em meu horário de almoço, não quis almoçar o habitual buffet de todos os dias para economizar. Comprei lanche e escolhi um local para sentar e comer, mas não comprei nada para tomar, mesmo tendo ficado na vontade, pois tomaria água logo em seguida. Sentado, alguém me bate no ombro; vejo uma senhora que me pergunta: "Moço, não me leva a mal se eu te der esse refrigerante?" Perplexo e com um tímido sorriso aceitei, e a doce senhora virou-se e tomou seu rumo. Para onde? Não sei, mas o seu gesto ficou revolvendo em minha mente. Muitos pensamentos me vieram, desde não tomar ou passar adiante. Questionei a atitude dessa senhora. Contudo, a partir desse gesto, concluo que eu não sou mais um, mesmo em uma cidade de quase 2 milhões de habitantes. Por aquela senhora fui valorizado e por algum motivo ela sabia que eu queria tomar algo, mesmo não tendo dito nenhuma palavra e nunca a tendo visto. Será que novamente a verei? Sabemos que Deus, mesmo que você e eu sejamos um no meio de tantos, ama-nos como se nós fossemos únicos. Deus é capaz de se mostrar até mesmo na menor das nossas preocupações através das mãos que doam sem perguntar daqueles que veem em mim e em ti a vontade simples de um refrigerante ou um grande anseio particular, basta fazermos o que é justo: dividir, repartir, amar ao próximo.

Semente de Esperança