Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Viu de longe uma figueira cheia de folhas e foi até lá para ver se havia figos. Quando chegou perto, encontrou somente folhas. (Marcos 11.13)

"Quem vê cara não vê coração" é uma expressão popular. Define alguém que, apesar da boa aparência, é capaz de agir maliciosamente. Jesus sai de Betânia. Está com fome. No caminho, uma figueira com folhas bonitas. Mas ela não produz frutos. Não é época, Jesus, irritado, dá a sentença: não produzirá mais. Está inútil e continuará inútil. O Mestre segue para Jerusalém. De longe, vê o Templo. Grande, imponente, fachada maravilhosa. Mas não encontra nele os frutos da fé, da oração, do amor, da justiça e do cuidado. Em vez disso, encontra comércio. E dá a sentença: a casa de Deus alimenta a oração, não a cobiça. Jesus age de forma dura com quem
não cumpre a missão que lhe cabe no Reino de Deus. Isso nos atinge em cheio. Vemos belíssimos discursos, porém poucos resultados. Há muita ajuda virtual sendo oferecida,
mas que não se concretiza na prática. Que bela fachada! Falamos para todo mundo virtual da nossa solidariedade, mas a vida real pouco experimenta disso. O Evangelho, para ser libertador e salvador, precisa encontrar o pecado, a dor e a morte. O Evangelho torna-se ressurreição quando assume a dor da morte do outro. Quaresma é este tempo de olhar para além das fachadas da vida, dos templos e da “romantização" da cruz; é época propícia para apresentar frutos de cuidado, justiça, misericórdia e amor ali onde pessoas experimentam as cruzes da vida.

Castelo Forte 2020