Consolar, não assustar
- Categoria: Mensagem da Pastoral
- Data: 13/11/2019 00:00
Apocalipse 1.1-8
Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus o Todo Poderoso, que é, que era e que há de vir. (v. 8)
Aos 16 anos li um livro sobre o "apocalipse". Assustei-me. Tudo seria destruído. O autor sabia exatamente em que sequência o fim aconteceria. Baseou-se numa leitura peculiar do livro bíblico do Apocalipse. O "povo do norte", que seria então a União Soviética, desceria para a grande batalha final de Armagedom. Um grande alívio seguiu-se anos depois: não houve batalha final, o fim do mundo não veio, e a União Soviética não existe mais. E o roteiro que aquele autor previu? Talvez fosse um mal-entendido. De fato, ao ouvirmos "apocalipse", muitos de nós levamos um susto. A palavra grega, no entanto, significa "revelação". A verdade vem à luz, e a verdadeira mensagem do texto não é para assustar, mas para consolar. Revela-se, isto sim, a realidade vivida. O livro do Apocalipse traz a verdade sobre o mundo atual. No caso de João, que na ilha de Patmos recebeu a revelação, foi a cruel realidade da perseguição dos cristãos sob o império romano. Hoje seria, por exemplo, a desenfreada violência em nosso país. Os números são assustadores. A naturalidade com a qual muitos veem a matança assusta mais ainda. Por isso "bandido bom é bandido morto", diz grande parte da população. Seria essa a verdade? A verdade eterna é a da presença do Cristo, sinal do amor e do perdão de Deus. Ele é o início e o fim, a primeira (Alfa) e a última (Ômega) letra do alfabeto grego. Ele quer consolar, não assustar.
Texto do livro Castelo Forte