Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Quem não se irrita com pessoas que falam uma coisa e vivem de forma bem diferente? Mas olhemos para nós. Ninguém escapa, pelo menos de vez em quando, de querer ser mais do que é. Fala-se e se prega de Deus de uma forma bonita e organizada, porém muitas vezes estéril. Escutando o anúncio da Palavra de Deus, é importante perceber que ela desafiou antes, que ela mexeu com a pessoa que a falou. Jesus quer dar-nos o espírito da verdade, que liberta do querer ser mais do que somos. Esse espírito nos quer ajudar a ser coerentes conosco mesmos. Abbas Poimen, um dos monges cristãos que viveram há 1.700 anos como eremita nos desertos do Alto Egito, falou a respeito disso: "Ensine a tua boca para ensinar o que você tem no coração". Assim, reconhecendo o que tem em nosso coração, podemos evitar o abismo entre querer aparecer e ser, de agradar todo mundo ou de ser uma pessoa coerente e verdadeira. Às vezes, dói enfrentar a verdade, mas ela liberta. A ordem católica dos Cistercienses tinha um lema em latim na frente dos portais dos seus mosteiros: Porta patet, cor magis - A porta está aberta, o coração, mais ainda. A vida de Jesus era uma porta aberta para todas as pessoas, e Ele tinha um coração aberto até para os que o levaram à cruz. Jesus compara-se a uma porta por onde as ovelhas passam: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem" (Jo 10.9).

Semente de Esperança