Instituto Ivoti - Schola semper reformanda

Foi difícil para os imigrantes alemães serem aceitos e também para os locais os aceitarem. Numa terra que prometia ser a nova pátria, um novo lar, era preciso adaptar-se. As dificuldades eram muitas: sonhar com um futuro promissor em meio ao mato fechado, enfrentar doenças, abrir estradas, plantar e colher. O mais difícil era relacionar-se com as outras pessoas. "Não foi fácil", contaram nossos antepassados. Eram precisos união, perseverança e fé. Os imigrantes não foram preparados para o choque cultural. Era preciso deitar fora o preconceito, aceitar quem aqui estava e quem aqui chegava. O convívio traria a noção de que todos eram dignos de respeito. Dando-se a conhecer e conhecendo o outro, foi possível compartilhar da vida nesta terra. Há situações em que temos muito medo do que não conhecemos. Fechamo-nos em nós mesmos. Acionamos mecanismos de defesa contra o que achamos uma ameaça. Criamos lugares imaginários ou reais, onde podemos nos iludir que somos melhores, mais corretos ou mais dignos. Usamos a fé (religião) para legitimar essa fortificação de nosso ego, o conceito deturpado de raça, de patriotismo ou mesmo de civilização. Deus abala essas nossas defesas quando se humilha e se torna um de nós. Em Jesus Cristo não podemos mais achar desculpas para discriminar. Ele próprio nos aceita na cruz como nós somos: pessoas falhas, fracas e pecadoras. Precisamos deixar Deus quebrar a casca do nosso orgulho humano. Somos convidados e convidadas a olhar os outros com os olhos de Deus: olhos amorosos que conseguem enxergar o filho perdido vindo ao longe com um coração predisposto ao perdão, olhos que encurtam as distâncias entre nós e as pessoas necessitadas. Olhos que veem no diferente alguém digno, um igual, um irmão, uma imagem de Deus.

Semente de Esperança